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postado por jamescall.com saque betesportesaque betesporte:🎁 Bem-vindo ao paraíso das apostas em jamescall.com! Registre-se e ganhe um bônus colorido para começar a sua jornada vitoriosa! 🎁 Resumo: Se quiser acrescentar mais algum comentário, coloque-o logo abaixo desta caixa. ) a pagina refere-se a uma figura publica que além 💶 de irmão de uma senadora da republica e atuar em televisões e rádios é uma figura negra importante para o 💶 estado do Maranhão Thigs Oliveira (discussão) 17h41min de 1 de junho de 2022 (UTC) Negado Irmão de senador não é 💶 necessariamente notório, ver d 20h54min de 1 de junho de 2022 (UTC) Irmão de senador não é necessariamente notório, ver 💶 WP:TRANSMITE , o biografado não atende os critérios de notoriedade para WP:POLÍTICA e as fontes do artigo não eram independentes/de 💶 divulgação/blogs, o que não atende WP:V , lamento. Jo Lorib 20h54min de 1 de junho de 2022 (UTC) A discussão a seguir 💶 está marcada como respondida (negado). Se quiser acrescentar mais algum comentário, coloque-o logo abaixo desta caixa. ótima oportunidade para aqueles que desejam entrar no mundo dos jogos de azar . No entanto, tornar-se o câmbio do é 💯 outro processo desafiador Se você não soubera por onde começar! Neste artigo e vamos lhe mostrar como torna num fiscalismo 💯 Na...BE em } saque betesporte alguns passos fáceis De seguir: Passo 1: Crie saque betesporte conta pela Sintraber Antesde der me tornou seu filá 💯 com Você precisa ter essa Contana Este artigo destaca uma bifurcação no movimento renovador da Educação Física: a corrente mais conhecida questiona a abordagem tradicional no 🏵 ensino dos esportes quanto à função social da Educação/EF e a reprodução social. Mas é a corrente ancorada nas teorias da 🏵 aprendizagem (construtivista e desenvolvimentista) que alcança desdobramentos importantes ao incrementar as possibilidades dos métodos de ensino dos Jogos Esportivos Coletivos 🏵 (JECs), alegando a insuficiência do ensino centrado na técnica, descolado da essência tática desses jogos. Nesse sentido, salienta a convergência dessas 🏵 duas correntes: a busca da autonomia do sujeito quanto a saque betesporte própria prática esportiva. Mostra que o avanço na questão da 🏵 reprodução social só pode ser dado pelos conceitos que transformaram os modelos de ensino dos JECs. Conclui que a solução se 🏵 basearia nos modelos de ensino que possibilitaram retomar o sentido dos jogos mostrando o entrelaçamento dos JECs na trama social, 🏵 permitindo equivaler diversas formas de movimento. Este artículo destaca una bifurcación en el movimiento de renovación de la Educación Física (EF): 🏵 la principal corriente académica cuestiona el enfoque tradicional en la enseñanza de los deportes con respecto a la función social 🏵 de la EF y la reproducción social. Sin embargo, es la corriente anclada en las teorías del aprendizaje (constructivista y desarrollista) 🏵 la que logra desdoblamientos importantes al incrementar las posibilidades de los métodos de enseñanza de los Juegos Deportivos Colectivos (JDC's), 🏵 alegando la insuficiencia de la enseñanza centrada en la técnica, apartada de la esencia táctica de esos juegos. Así, resalta la 🏵 convergencia entre estas dos corrientes: la búsqueda de la autonomía del sujeto en a su propia práctica deportiva. Muestra que el 🏵 avance en la cuestión de la reproducción social solo puede darse a través de los conceptos que transformaron los modelos 🏵 de enseñanza de los JDC's. Concluye que la solución se basaría en los modelos de enseñanza que permitieron restablecer el sentido 🏵 de los juegos, mostrando el entrelazamiento de los JDC's en el tejido social y permitiendo la equivalencia de diversas formas 🏵 de movimiento. 1 INTRODUÇÃO Mesquita, Pereira e Graça (2009MESQUITA, Isabel Maria; PEREIRA, Felismina; GRAÇA, Amândio Braga. Modelos de ensino dos jogos desportivos: investigação 🏵 e ilações para a prática.Motriz, v.15, n.4, p.944-954, out./dez.2009., p. 945) relatam um ponto de inflexão quanto ao ensino, aprendizagem e 🏵 treinamento (E-A-T) dos Esportes Coletivos, entendem ter acontecido um "[... ] movimento reformador do ensino dos jogos iniciado nos finais dos 🏵 anos 60 e anos 70 e redobrado nos anos 90 do século passado". Relatam, no contexto europeu, o surgimento de novos 🏵 modelos de ensino do que passam a chamar de Jogos Esportivos Coletivos (JEC's), inspirados em novas teorias da aprendizagem, cognitivistas 🏵 e construtivistas. Esses estudos influenciaram decisivamente o subcampo da Pedagogia do Esporte (PE) no Brasil.Galatti et al. (2019GALATTI, Larissa Rafaela et al. Pedagogia 🏵 do esporte: publicações em periódicos científicos brasileiros de 2010 a 2015. Conexões: Educação Física, Esporte e Saúde, v.17, e019008, p.1-18, 2019. ) 🏵 mostram que apenas 2% das publicações em periódicos de Educação Física (119 de 2738 artigos) tinham como tema a "Pedagogia 🏵 do Esporte" entre 2010 e 2015. Dentro desse espectro, o que é mais significativo para o assunto que estamos aqui tratando 🏵 é que 32 dos 40 artigos encontrados tratam apenas do tema da "Metodologia de Ensino", sendo esse o grande tema 🏵 da área da PE. Tanto Galatti et al. (2019) como Rufino e Darido (2011RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina. A produção científica 🏵 em pedagogia do esporte: análise de alguns periódicos nacionais.Conexões, v.9, n.2, p.130-152, maio/ago.2011. ) abordam temáticas (em PE) sobre as quais 🏵 seria necessário o aprofundamento: a) estudos sobre esporte escolar; b) estudos sobre a prática dos esportes com grupos especiais; c) 🏵 estudos sobre organização e sistematização de conteúdo, entre outros. Se a "metodologia de ensino" é o grande mote das pesquisas, é 🏵 possível o entendimento de que o campo avançou bastante no intento de possibilitar a participação dos novos no sentido de 🏵 auxiliar a encontrar uma melhor forma de se comportar no jogo, o que é um avanço do ponto de vista 🏵 pedagógico. Estes estudos colocam a necessidade de superar o que identificam como "abordagem tradicional". Dentro da abordagem tradicional, entendia-se que a técnica 🏵 era o elemento principal da ação dentro dos Esportes Coletivos. A aposta na depuração da técnica individual tinha como premissa que 🏵 a soma dos desempenhos significaria um melhor desempenho coletivo. Essa análise mecanicista das ações dentro do contexto esportivo é criticada em 🏵 face da essência tática dos JEC's: A competência do jogador não decorre, portanto, de um entendimento mecânico que se restringe ao 🏵 saber como executar determinadas técnicas. No sentido de selecionar e executar a resposta motora mais adequada ao contexto que a reclamou, 🏵 o jogador deve prioritariamente saber o que fazer e quando fazer (GARGANTA, 1998GARGANTA, Júlio Manuel. O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos. Perspectivas 🏵 e Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.23). A aprendizagem da dimensão tática melhora o desempenho dentro do jogo. Em outras palavras, é 🏵 um saber que se refere ainda à lógica interna do jogo, e não à lógica externa. A lógica externa é abordada 🏵 pela PE de forma adicional (como na pedagogia desenvolvimentista, que trata a formação como multidimensional). A renovação do ensino trata-se aqui, 🏵 portanto, de jogar melhor (também nessa perspectiva). No campo da EF brasileira destaca-se também um movimento renovador com outros contornos históricos. No 🏵 entanto, há um ponto comum: a crítica à abordagem mecanicista do movimento humano e o surgimento de uma abordagem desenvolvimentista, 🏵 assim como acabamos de caracterizar quanto aos estudos da PE. A educação física, como participante do sistema universitário brasileiro, acaba por 🏵 incorporar as práticas científicas típicas desse meio.[... ] Um grupo desses docentes optou por buscar os cursos de pós-graduação em educação 🏵 no Brasil. Principalmente com base nessa influência, o campo da EF passa a incorporar as discussões pedagógicas nas décadas de 1970 🏵 e 1980, muito influenciadas pelas ciências humanas, principalmente a sociologia e a filosofia da educação de orientação marxista. O eixo central 🏵 da crítica que se fez ao paradigma da aptidão física e esportiva foi dado pela análise da função social da 🏵 educação, e da EF em particular, como elementos constituintes de uma sociedade capitalista marcada pela dominação e pelas diferenças (injustas) 🏵 de classe (BRACHT, 1999aBRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a., p.78, grifo nosso). Bracht 🏵 (1999aBRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a., p. 77) entende que há um duplo 🏵 viés no movimento renovador de 1980. Em um primeiro momento "[... ] vamos assistir à entrada em cena também de outra perspectiva 🏵 que é aquela que se baseia nos estudos do desenvolvimento humano (desenvolvimento motor e aprendizagem motora)". Mas logo passamos a discutir 🏵 a função social da EF e qual o papel que esta pode desempenhar se não quer contribuir à lógica da 🏵 reprodução social. É necessário mais uma vez ressaltar que, mesmo com este duplo viés, ambas as perspectivas criticam a abordagem mecanicista 🏵 do movimento humano. Ao que parece, e é isso que queremos investigar neste momento, é que duas ou três décadas depois 🏵 acabam por encontrar um ponto de convergência. Nesse sentido, nosso objetivo neste artigo é mostrar a convergência entre os subcampos da 🏵 Educação Física Escolar e da Pedagogia do Esporte no Brasil, expondo os avanços desta última quanto à inserção dos significados 🏵 culturais do esporte na prática pedagógica, que deveriam ser complementados com a inserção no campo da Sociologia do Esporte. Reverdito e 🏵 Scaglia (2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009., p. 16) dizem partir do 🏵 pressuposto de que "[... ] o esporte por si, não tem significado, este está na sociedade que o transforma". Nesse sentido, só 🏵 o esporte não contribuiria para o propósito educacional, mas o significado atribuído a ele. Os autores perguntam: "[... ] que praticantes se 🏵 formarão por meio da prática esportiva? Para que tipo de sociedade se formarão?". Entendem ainda que essas e outras questões "[... ] 🏵 deverão ser questionadas e respondidas pela pedagogia do esporte, para que possamos efetivamente concretizar uma prática educativa no esporte" (REVERDITO; 🏵 SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009., p.17). Apontam para a EF 🏵 escolar como possibilidade de concretização dessas expectativas, o que compartilhamos ser ainda uma lacuna nos estudos da PE. Os autores também 🏵 questionam se as "[... ] situações que se apresentam no alto rendimento esportivo [... ] a 'espetacularização esportiva'" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009, p. 127) 🏵 são mesmo educativas ou se a estrutura reducionista e seletista acaba prevalecendo (como era a crítica no bojo do movimento 🏵 renovador); perguntam ainda se a PE está se ocupando dessas questões. Trata-se de um tema comum na constituição das teorias pedagógicas 🏵 que surgiram após o movimento renovador (SOARES, 2012SOARES, Carmen Lúcia et al. Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 2012. ; 🏵 KUNZ, 2004KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte.6.ed. Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2004. ; BRACHT, 1999aBRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.Cadernos Cedes, 🏵 v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a.). Reverdito e Scaglia (2009) entendem que a pedagogia deve ser inovadora e buscar a autonomia do indivíduo, 🏵 com a ressignificação da prática esportiva:[... ] o fenômeno esporte é um patrimônio da humanidade e não deverá ser compreendido apenas 🏵 em uma perspectiva vertical - da resultante -, mas, também, da horizontal, ou seja, do processo [... ] isso se torna 🏵 possível quando, por meio da pedagogia, transcendemos os aspectos metódicos, tornando possível 'pedagogizar o fenômeno esporte'" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller 🏵 Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009., p.130, grifo nosso). Aqui parece que as duas 🏵 vertentes (desenvolvimentista e crítica-progressista) surgidas da crítica à abordagem mecanicista do movimento humano voltam a se encontrar, na transcendência dos 🏵 aspectos metódicos, mas, paradoxalmente, nas possibilidades abertas pelas transformações metodológicas alcançadas pelas perspectivas desenvolvimentista e construtivista. Essa busca da autonomia do 🏵 sujeito quanto a saque betesporte própria prática esportiva é o que justifica o conceito de cultura corporal de movimento, tido como 🏵 o objeto de estudo e de ensino da EF escolar. No verbete "cultura corporal de movimento" do Dicionário Crítico da Educação 🏵 Física (PICH, 2005PICH, Santiago. Verbete "Cultura Corporal de Movimento". In: GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. Dicionário crítico de Educação Física.Ijuí: UNIJUÍ, 2005.p.108-111. ), 🏵 ressalta-se também que se trata do "conceito de maior consenso na área", que redefiniu o objeto da EF. Destaca a ruptura 🏵 com a "visão biologicista-mecanicista do corpo e movimento" que era hegemônica na EF e o fato de o conceito de 🏵 "cultura corporal de movimento" vir a representar a "dimensão histórico-social e cultural do corpo e movimento" (PICH, 2005, p.109). É uma 🏵 ideia que nutre-se do contexto teórico das ciências sociais e humanas das décadas 1960 e 1970, quando o corpo passa 🏵 a ser entendido como "lócus de inserção do homem na cultura". No entanto, Betti (2007BETTI, Mauro. Educação física e cultura corporal de 🏵 movimento: uma perspectiva fenomenológica e semiótica. Revista da Educação Física UEM, v.18, n.2, p.207-217, 2007. ) destaca um dilema culturalista, um problema 🏵 que consiste em tomar o corpo como produto da linguagem, e a cultura como causa das manifestações corporais. O autor caracteriza, 🏵 portanto, as práticas corporais como códigos institucionalizados e, uma vez não refletida a capacidade corporal de produção de linguagem, instaura-se 🏵 o referido dilema. Por isso, advoga que o papel da EF "[... ] seria auxiliar na mediação simbólica desse saber orgânico para 🏵 a consciência do sujeito que se movimenta, por intermédio da língua e outros signos não-verbais, levando-o à autonomia no usufruto 🏵 da cultura corporal de movimento" (BETTI, 2007BETTI, Mauro. Educação física e cultura corporal de movimento: uma perspectiva fenomenológica e semiótica. Revista da 🏵 Educação Física UEM, v.18, n.2, p.207-217, 2007., p.208). Nesse sentido, apesar de não se encontrar na PE uma exegese do potencial 🏵 linguístico do corpo no registro sócio-filosófico, há (definitivamente) uma reorganização da mediação simbólica pelo caráter lúdico atribuído aos JEC's (jogo 🏵 como função significante). 2 DO AVANÇO NA PE: RECOLOCAR EM JOGO O SENTIDO HISTÓRICO DA AÇÃO Na mediação dos saberes corporais produzidos 🏵 nos JEC's, o subcampo da PE avançou em três conceitos que se inter-relacionam e possibilitam uma probabilidade de resolver a 🏵 questão da função social da Educação/EF e da reprodução social, preservando a função social que caracteriza a história da EF: 🏵 a intervenção sobre o corpo em movimento. Em resumo: como podemos conceber a autonomia do sujeito como um processo que não 🏵 seja relativo apenas a ordem da conscientização, mas também relativo ao seu próprio estatuto corporal? A possibilidade da autonomia mora 🏵 na transformação da própria prática esportiva, nas maneiras como ela pode acolher os recém-chegados. O primeiro conceito importante neste sentido - 🏵 até em ordem cronológica - é o "Transfert", de Bayer (1994BAYER, Claude. O Ensino dos Desportos Coletivos. Lisboa: Dinalivros, 1994.). Trata-se de um 🏵 conceito que aparece em vários estudos no subcampo da PE e fora dele (GALATTI; PAES; DARIDO, 2010GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, 🏵 Roberto Rodrigues; DARIDO, Suraya Cristina. Pedagogia do Esporte: livro didático aplicado aos Jogos Esportivos Coletivos.Motriz, v.6, n.3, p.751-761, jul./set.2010. ; DAOLIO, 2002DAOLIO, 🏵 Jocimar. Jogos esportivos coletivos: Dos princípios operacionais aos gestos técnicos- Modelo pendular a partir das idéias de Claude Bayer. Revista Brasileira de 🏵 Ciência e Movimento, v.10, n.4, p.99-104, out.2002. ; LEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva. O ensino dos 🏵 esportes coletivos: metodologia pautada na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009. ; GONZÁLEZ; BRACHT, 2012GONZÁLEZ, Fernando Jaime; BRACHT, Valter. Metodologia do 🏵 ensino dos esportes coletivos. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.). O conceito se refere à semelhança entre os 🏵 esportes coletivos quanto à estrutura de jogo e aos princípios operacionais. As primeiras lógicas identificadas por Bayer (1994BAYER, Claude. O Ensino dos 🏵 Desportos Coletivos. Lisboa: Dinalivros, 1994. ) que permitem o "transfert" são relativas à invasão territorial, de ataque e de defesa, e desvelam 🏵 o parentesco entre os JEC's. Esse princípio é decisivo porque destaca e coloca como elemento central da aprendizagem um sentido que 🏵 já estava perdido, o sentido da invasão territorial. Toda técnica corporal fica, assim, submetida a um cenário cognitivo que excede as 🏵 ações motoras, metalinguístico. Leonardo, Scaglia e Reverdito (2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva. O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada 🏵 na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009. ) trazem a teoria dos sistemas de Edgar Morin para inteligir também a 🏵 relação dos jogos com outros jogos, saque betesporte autonomia relativa. O jogo seria uma suspensão da realidade mas também um sistema complexo: 🏵 em um sistema complexo os antagonismos não são excludentes, somente na interação entre eles que as características emergentes aparecem. Sendo assim, 🏵 o jogo é um sistema complexo que se relaciona com outros sistemas (outros jogos e também com o meio social). Daí 🏵 vem o modelo pendular (de ensino dos JEC's) de Jocimar Daolio, onde as especificidades técnicas dos esportes coletivos vão para 🏵 o final da unidade de ensino, dando prioridade para as lógicas internas comuns de Claude Bayer. Enquanto sistema, o jogo se 🏵 assemelha a outros sistemas e também se diferencia, em direção à saque betesporte identidade particular: daí saque betesporte semelhança com a sociedade 🏵 e seu processo de diferenciação, a elucidação de seu "caldo cultural". Outra lógica derivativa desse mesmo conceito, que aí remetemos ao 🏵 subcampo da PE no Brasil, é a lógica da "família de jogos" (SCAGLIA, 2003SCAGLIA, Alcides José. O Futebol e os Jogos/brincadeiras 🏵 de Bola com os Pés: todos semelhantes, todos diferentes.2003.164 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física, Campinas, 🏵 2003.). Uma família de jogos caracteriza-se por conglomerado de jogos que possuem semelhanças e diferenças entre si, "características essas, interdependentes, que 🏵 simultaneamente se complementam e autoafirmam, possibilitando a inclusão das unidades numa totalidade maior" (SCAGLIA, 2003SCAGLIA, Alcides José. O Futebol e os 🏵 Jogos/brincadeiras de Bola com os Pés: todos semelhantes, todos diferentes.2003.164 f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física, 🏵 Campinas, 2003., p. 105 apudLEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva. O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada 🏵 na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009., p.240). Todo jogo possui uma estrutura interna (regras, jogadores e estruturas motrizes) e 🏵 estrutura externa, "[... ] que interagem simultaneamente durante toda a realização do jogo. E, como resultado dessas interações, os jogos promovem emergências, 🏵 que se caracterizam como aprendizagens (LEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva. O ensino dos esportes coletivos: 🏵 metodologia pautada na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009., p.240, grifo nosso). O gol improvável de Juliano Belletti em uma 🏵 final de Champions League adquire essa conotação: Pode ser que até o dia 17 de Maio de 2006 o futebol fosse 🏵 um jogo setorizado, onde importava mais que cada setor (defesa, meio-campo e ataque) cumprisse suas funções e aguardasse o seu 🏵 momento de agir; em que importava que cada jogador fosse o mais eficiente possível no controle dos fundamentos do jogo 🏵 [... ] Pode ser que a setorização se traduzisse naqueles esquemas táticos, o mais popular entre eles, o 4-4-2, que traduziam 🏵 a segurança de se defender com 4 ou com 5 jogadores [... ] setorização que, diga-se de passagem, é um conceito 🏵 administrativo.[...] Em Paris, F.C. Barcelona e Arsenal empatavam pela final da Champions League daquele ano. No final do jogo, Belletti estica uma 🏵 bola para Larsson na lateral e três jogadores do Arsenal fecham na marcação do sueco. Isso deixa o espaço que Belletti 🏵 ocupa com um movimento em diagonal, recebe a bola de Larsson e finaliza fazendo o gol do título. Na lembrança de 🏵 Belletti, ele entende que esse espaço foi criado porque não se concebia que um lateral fizesse uma movimentação deste tipo, 🏵 ele entende que um lateral europeu não faria, não era um hábito. O que é inédito é a marca que se 🏵 produz a partir deste ato. Só no futebol setorizado três defensores acompanhariam Larsson e deixariam Belletti sem marcação entrar e fazer 🏵 o gol. Hoje, alguém fecharia a linha de quatro defensores, ou o volante, ou o lateral. O arcabouço conceitual do jogo hoje 🏵 é outro. Pode ser que depois daquele gesto individual o jogo de futebol tenha sofrido uma inflexão involuntária, daí a saque betesporte 🏵 característica de palco. No mínimo, aquele gesto expos as amarras que estruturavam o jogo até ali. O próprio Belletti, depois que passa 🏵 a bola para Larsson, antes de fazer o tal movimento, hesita e até ameaça minimamente voltar para a defesa e 🏵 depois volta a avançar; o que mostra a fragilidade de saque betesporte criação, decisão. O que importa é que, uma vez realizado, 🏵 surge como o ainda-não-ser que revela o que é e, ainda, a possibilidade de ser (GHIDETTI, 2018GHIDETTI, Filipe Ferreira. "Pensar com 🏵 os ouvidos": o problema da relação corpo-conhecimento a partir da Teoria Estética de Theodor W.Adorno.2018.261 f. Tese (Doutorado em Educação) - 🏵 Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2018., p.256). Existem importantes estudos que buscam desvelar a relação entre futebol e cultura, entre lógica 🏵 interna e lógica externa. Wisnik (2008WISNIK, José Miguel. Veneno Remédio: o futebol e o Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. ) explora os 🏵 vínculos entre a forma de jogar poética (elíptica) do futebol brasileiro com a história da nação. Wilson (2016WILSON, Jonathan. A pirâmide invertida: 🏵 a história da tática no futebol. Campinas,SP: Editora Grande Área, 2016. ) mostra as evoluções dos sistemas táticos no futebol ao longo 🏵 da história e em diferentes regiões do mundo. Wilson (2016) mostra como a ideia do "jeito certo de jogar" às vezes 🏵 trava a evolução do jogo de futebol. Os episódios do futebol por vezes se combinam em crenças que estabelecem mudanças no 🏵 status quo sobre o jeito de jogar. A história se sedimenta porque faz a união entre uma forma de jogar e 🏵 a expectativa do público ("cair no gosto do público local"), ou o inverso disso. O trabalho do referido autor tem como 🏵 tema a evolução dos sistemas táticos e explora a relação entre esse processo e as culturas locais onde esses sistemas 🏵 se desenvolvem. Quando um sistema é adotado como legítimo em uma determinada cultura, ou melhor, o único legítimo, e é desenvolvido 🏵 a partir dessa crença, ele acaba se esgotando. O que significa que passa a não ser mais efetivo no jogo de 🏵 futebol. A endogenia acaba por inviabilizar o legitimado sistema. Essas ideias mostram um aspecto das práticas corporais, quando elas são as maneiras 🏵 que se dão para dar vazão as coisas tal qual elas são, resposta; o aspecto moral mostra o que elas 🏵 são quando são significativas, conformam o homem em si mesmo e daí não interessam para a EF, porque rompem com 🏵 a possibilidade da formação, a possibilidade de outra sociedade. A invenção da função do líbero no futebol italiano por Arrigo Sacchi 🏵 dá disto testemunho: "Foi o sucesso do Milan na Europa, nos anos 1960, que introduziu o líbero como o padrão 🏵 italiano. Um quarto de século depois, foi o sucesso do Milan na Europa que acabou com ele" (WILSON, 2016WILSON, Jonathan. A pirâmide 🏵 invertida: a história da tática no futebol. Campinas,SP: Editora Grande Área, 2016., p.333). Sacchi explica que teve que romper com a característica 🏵 de ênfase defensiva do futebol italiano, que vinha da história da Itália, que sempre foram invadidos por todo mundo, "ideia 🏵 reforçada pela derrota esmagadora na Segunda Guerra mundial". Sacchi relata uma espécie de choque cultural entre o futebol de saque betesporte equipe 🏵 e o imaginário italiano sobre o futebol. É essa interação entre o sistema social e o jogo como sistema de autonomia 🏵 relativa que não foi demasiadamente explorada no subcampo da PE. No entanto, o avanço significativo quanto aos processos de E-A-T nos 🏵 JEC's abriram uma via interessante de enfrentamento da questão. Reverdito e Scaglia (2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: jogos 🏵 coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009., p. 141), autores atuantes na PE, caracterizam também este problema, veem o jogo e a 🏵 cultura como manifestações sociais que "foram tecidas juntas", mas que a PE encontra problemas em traduzir esse processo em conhecimento 🏵 - o problema é que a lógica externa é tratada como uma lógica adicional à lógica interna.Veem o: Esporte/jogos coletivo como 🏵 um fenômeno social criado pelo homem, que se desenvolveu simultaneamente ao seu processo civilizador. Portanto, não temos duas manifestações paradoxais ou 🏵 excludentes, mas uma única manifestação sociocultural, promovida em um ambiente socializado e permitido pela representação do jogo. O problema surge na 🏵 pedagogia do esporte quando esta se limita a compreender apenas uma manifestação, descaracterizando a outra, ou seja, somos capazes de 🏵 verificar em grande parte as implicações existentes nos jogos esportivos coletivos de ordem técnica, tática e estratégica existentes nas mais 🏵 diversas modalidades esportivas, mas nos esquecemos que eles somente são permitidos por terem em seu contexto (ambiente) uma manifestação de 🏵 jogo jogado (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009., p.142). Nesse 🏵 sentido, entendemos que jogo e cultura não "foram" tecidos juntos mas que o jogo continua permitindo a irrupção de emergências 🏵 justamente por estar imerso na cultura. Ou seja, continuam sendo tecidos juntos. Esse vínculo com a cultura que é necessário explorar de 🏵 forma mais sistematizada, lembrando sempre que o que caracteriza a EF é a intervenção pedagógica sobre o corpo em movimento 🏵 (ou seja, trata-se de um saber que deve culminar em um saber fazer e não somente em um saber conceitual). Falamos 🏵 aqui da existência de fronteiras da cultura que é onde se colocam justamente os jogos enquanto sistemas complexos. Esses jogos servem 🏵 como palcos de onde surgem as "emergências". Logo, a busca para solucionar problemas no jogo dependerá das regras que regem o 🏵 jogo, das condições externas (ambiente físico e cultural, dentre outras condições ambientais que envolvem o jogo, por exemplo) onde este 🏵 se realiza, do grau de envolvimento e engajamento do jogador - que se lança no jogo se valendo de seus 🏵 esquemas motrizes anteriores. A solução do jogo nascerá no bojo dessas interações, à medida que no jogo a desordem desencadeada, vai 🏵 se ajustando e criando uma nova ordem, que por saque betesporte vez provoca recursivamente a desordem. Destarte, emergem das unidades complexas constantes 🏵 soluções. E essas soluções (emergências do sistema) trazem duas implicações [... ], que evidenciam as tendências integrativas e auto-afirmativas (SCAGLIA, 2017SCAGLIA, Alcides 🏵 José. Pedagogia do jogo: o processo organizacional dos jogos esportivos coletivos enquanto modelo metodológico para o ensino. Revista Portuguesa de Ciências do 🏵 Desporto, v.17, p.27-38, 2017., p.34). Isso nos levaria de volta ao movimento renovador da EF brasileira e a necessidade ainda premente 🏵 de justificar saque betesporte contribuição quanto à função social da educação/esporte e de propor alternativas e possibilidades de superar a lógica 🏵 da reprodução social. Como o professor de EF pode favorecer o surgimento de "emergências"? Que ações didático-metodológicas devem empreender para favorecer 🏵 esse surgimento? A forma didática aplicada e desenvolvida para os JEC's retoma a historicidade dessas práticas corporais e retomam seu 🏵 contexto cultural (sua afinidade com o imaginário bélico, de invasão territorial, por exemplo). Revelam a configuração do jogo (seus contornos, regras, 🏵 princípios operacionais, etc. ) e abrem as bases para a saque betesporte reconfiguração. O potencial pedagógico do esporte se encontra, ao contrário do 🏵 que se imagina, não na orientação direta (normativa) da socialização. O seu verdadeiro potencial pedagógico se encontra na saque betesporte apresentação aos 🏵 iniciantes, quando o responsável por configurar saque betesporte unidade didática e a tematização de determinado esporte consegue esticar e tensionar os 🏵 conteúdos sociais "no campo". Em outras práticas corporais, esse procedimento é mais visível. Alguns gestos técnicos da capoeira, ou das danças populares 🏵 podem ser estigmatizados devido a questões religiosas, por exemplo. É nesse momento - e só na intervenção - que aparece a 🏵 corporeidade que é construída socialmente e velada; que direciona os costumes e age como se não existisse. A intervenção direta sobre 🏵 o corpo retoma a corporeidade existente e à lança em direção ao não-existente. Neste movimento, revela o que existe. Mas entendemos que 🏵 é preciso explicar esse mecanismo e, ao mesmo tempo, efetivá-lo. 3 SOCIOLOGIA DO ESPORTE, PROCESSO CIVILIZADOR E CORPOREIDADE São conhecidas no âmbito 🏵 das Ciências do Esporte as abordagens que aproximam o esporte moderno e o processo civilizador; nomes que se destacam, nesse 🏵 sentido, são Eric Dunning e Norbert Elias: "[... ] podem as pessoas se congratular quando elas são as beneficiárias ocasionais de 🏵 um processo 'às cegas' de longo prazo para o qual elas não contribuíram pessoalmente?" (DUNNING, 2011DUNNING, Eric. "Figurando" o esporte moderno: 🏵 algumas reflexões sobre esporte, violência e civilização com referência especial ao futebol. Revista de Ciências Sociais, v.42, n.1, p.11-26, jan./jun.2011., p.14). Nesse 🏵 momento, tempo-espaço são escassos para a exposição de tal teoria. Mas o que devemos de pronto salientar para clarificar nossa ideia 🏵 é que os esportes também tomam parte no processo civilizador. Disputas contidas no limite da consciência e que não ganham a 🏵 dimensão das ações concretas são disputas parecidas a que encontramos nos JEC's.Dunning (2011, p. 15) mostra como dois jogos familiares se 🏵 separaram em dois esportes, justamente nesta disputa por status: "[... ] as disputas por status deste tipo tiveram importância fundamental na 🏵 separação entre o futebol e o rugby como formas de futebol". Dunning (2011) mostra a importância do esporte no processo civilizador 🏵 - que tem evidências empíricas retratadas na obra de Elias - e como se desdobra em estágios que devem ser 🏵 elucidados porque explicam a formação da sociedade civil como um processo social "não-intencional (cego)" e que, portanto, não deve ter 🏵 continuidade ad infinitum. A figuração, que Elias entende ser o complexo código comportamental adquirido nesses processos sociais, é o conceito que 🏵 permite inferir sobre a relação esporte-cultura. Como o esporte se torna fundamental no processo civilizador? Como que esse produto do processo 🏵 acaba por escondê-lo? O processo civilizador se mostra na mudança de hábitos: a) elaboração (refinamento) dos padrões sociais; b) pressão 🏵 social crescente pelo auto-controle mais rigoroso e contínuo do comportamento; c) mudança do equilíbrio da censura externa e auto-censura em 🏵 favor da auto-censura; d) fortalecimento do "habitus", consciência e superego como reguladores do comportamento. Os padrões sociais vão sendo internalizados, operados 🏵 abaixo do controle consciente. O processo civilizador também é importante na formação do Estado-Nação: a) formação do Estado; b) pacificação sob 🏵 o controle do Estado; c) crescente diferenciação social e extensão da cadeia de interdependência (de poder); d) crescente igualdade de 🏵 oportunidades entre indivíduos de diferentes estratos sociais; e) riqueza crescente. Sendo assim, as disputas vão passando a se dar com a 🏵 sublimação da violência. O desvio pulsional encontra uma nova casa, os esportes: beligerância e agressividade encontram um espaço socialmente tolerante em 🏵 competições esportivas. Viver esse impulso parado, ouvindo e vendo é um traço importante desse processo civilizador. Esporte vai se tornando cada vez 🏵 menos similar aos combates de guerra, uma característica encontrada nos jogos que o precedem. Por saque betesporte vez, estes jogos chegaram a 🏵 ser proibidos por ameaçarem a ordem social e prejudicar a força de guerra. Dunning (2011DUNNING, Eric. "Figurando" o esporte moderno: algumas reflexões 🏵 sobre esporte, violência e civilização com referência especial ao futebol. Revista de Ciências Sociais, v.42, n.1, p.11-26, jan./jun.2011. ) argumenta que os 🏵 costumes são mais fortes que a lei e esses jogos (formas populares de futebol) continuam até serem marginalizados no séc.XIX. Até 🏵 que escolas e universidades (na Inglaterra) começam a fabricar uma forma moderna de futebol, por enfrentar um problema disciplinar, o 🏵 fagging (o autor vê semelhanças com o bullying). Rugby foi a escola onde o sistema prefect-fagging foi reformado, reduzindo o poder 🏵 arbitrário dos mais velhos sobre os mais novos. O processo de surgimento das primeiras regras oficiais do futebol se deu na 🏵 rivalidade entre Rugby e Eton que cunharam suas próprias formas de jogar football muito em função de se distinguir, na 🏵 busca por status. Por fim, os etonianos banem o toque com a mão do jogo em uma tentativa de elevá-lo ao 🏵 "auto-controle de elevado naipe". Eles acabam sendo os mais influentes na forma do futebol como conhecemos hoje. Se em um primeiro momento 🏵 o corpo aparece como manifestação alegórica da cultura (em seus traços mais bárbaros) - nesse sentido, ele é sintoma, contracultura 🏵 -, isso revela para o Estado moderno o potencial de controle que nele se inscreve, que o torna elemento central 🏵 do processo civilizador. Cabe, portanto, trazer à tona aquele potencial configurativo. Nesse sentido, uma das perguntas principais que vêm norteando estudos no 🏵 campo da EF é sobre como é possível fundamentar teoricamente a relação entre corpo-conhecimento. Uma discussão mais apressada corre o risco 🏵 de reificar isso que se chama de significados das práticas corporais. Garganta (1998GARGANTA, Júlio Manuel. O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos. Perspectivas e 🏵 Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998. ) e depois Daolio (2002DAOLIO, Jocimar. Jogos esportivos coletivos: Dos princípios operacionais aos gestos técnicos- Modelo pendular 🏵 a partir das idéias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.10, n.4, p.99-104, out.2002. ) exploram justamente a ideia 🏵 de "técnicas do corpo", de Marcel Mauss, que consiste em conceber o corpo como o primeiro instrumento do homem: "as 🏵 diferentes formas de utilização do corpo que permitem lidar eficazmente com os constrangimentos impostos pelas características das respectivas modalidades desportivas" 🏵 (GARGANTA, 1998GARGANTA, Júlio Manuel. O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos. Perspectivas e Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.22). O autor entende que é 🏵 o processo de padronização (que torna a técnica reproduzível) que constitui a técnica como uma forte componente cultural. Para além da 🏵 eficiência da ação, é um controle do resultado dessa ação. Esses autores comparam as técnicas corporais com as demais técnicas da 🏵 humanidade (de cozimento, plantio, etc). Esses procedimentos vão ganhando tradicionalidade por atender a determinadas sociedades localizadas no tempo histórico. O grande problema 🏵 é a reificação e naturalização dessas técnicas. A PE avança até o entendimento de que os contextos culturais vão receber o 🏵 arcabouço de gestos esportivos a partir de suas possibilidades de interpretação, seus significados. Mas essa propriedade linguística do corpo careceria de 🏵 uma fundamentação. Procurando entender a possibilidade de uma crítica corporal do político - é preciso já aqui destacar a diferença entre 🏵 a fundamentar o corpo como produtor de linguagem e os processos de disputa que interrompem aquela construção social do corpo 🏵 -, Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016. ) busca na obra de Bourdieu discutir 🏵 a materialidade do corpo na cultura. Neste registro, o corpo é instância privilegiada da reprodução da dominação porque escondido na invisibilidade 🏵 e percebido como natural. Foca, portanto, na investigação dos modos de produção do corpo, rejeitando pensá-lo como uma substância: configura-se também 🏵 aqui uma abordagem materialista da corporeidade. Aborda o corporal como uma trama de relações, uma constelação. O corpo seria, portanto, um emaranhado 🏵 implicado com o tecido social e a questão que se faz o autor, e isso é o que mais nos 🏵 interessa por ir ao encontro do que estamos problematizando nesse momento, é sobre a possibilidade de se dar conta desses 🏵 dois planos em relação. Para testar essa teoria materialista do corpo em Bourdieu, cuja principal tese é a de que "[... ] 🏵 la perspectiva centrada en el uso (y sus reglas) permite elaborar una concepción de lo corporal que, rechazando radicalmente toda 🏵 instancia sustancialista, busca dar cuenta de la lógica de su producción" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos 🏵 Aires: Prometeo Libros, 2016., p. 89), o autor problematiza as concepções pós-estruturalista de Judith Butler e a que chama também de 🏵 culturalista, apontando como principais representantes desta David Le Breton e Thomas Csordas. Busca ainda a ambiguidade entre as duas concepções depois 🏵 de identificar suas aporias e o caráter sócio-histórico dessa ambiguidade. Da perspectiva culturalista, destaca que tomam como objeto de investigação "[... ] 🏵 los sentidos que los agentes o grupos los dotan" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo 🏵 Libros, 2016., p.84). Ao não indagar pelo processo sócio-histórico objetivo que impacta o princípio de produção de sentido, essa perspectiva encontra 🏵 seu primeiro limite. Se o foco são os sentidos subjetivos atribuídos ao corpo, esse subjetivismo anula as consequências objetivas desses mesmos 🏵 sentidos. Esse relativismo que daí resulta impede também de pensar uma crítica corporal, pois impede de pensar a função do corpo 🏵 no político, uma vez que, para isso, seria necessária uma instância fora do sentido subjetivo, fixando o olhar na trama 🏵 de relações entre os sentidos. A perspectiva culturalista ficaria limitada à descrição. De outra parte, a crítica que tece à perspectiva pós-estruturalista 🏵 de Judith Butler se apoia nos seguintes argumentos: tal teoria até aponta para a produção objetiva dos corpos (corpos que 🏵 importam versus corpos abjetos), mas falha quando obtura a captação da gênese e do caducar na história dessa lógica estrutural. Esta 🏵 teoria até capta a contingência e o caráter não-natural de uma articulação particular. Ou seja, mostra o conteúdo da dominação, o 🏵 produzido, como algo que não é fixo dentro das fronteiras hegemônicas e normativas.Mas "[... ] la estructura objetiva escapa a tal 🏵 contingencia, ella sí se encuentra fija, constituyendo la instancia última de la cual no se indaga su principio de producción" 🏵 (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.85). Se não se questiona as condições de 🏵 possibilidade de tal estrutura, a "materialização" do corpo permanece uma lógica incondicionada. O pós-estruturalismo também ignoraria o mecanismo de dotação de 🏵 sentido subjetivo, subjugando-o como uma parte da estrutura. O corpo acaba aparecendo aqui como um epifenômeno da estrutura. Como dissemos anteriormente, Gambarotta 🏵 (2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016. ) recorre à sociologia de Bourdieu para tentar dar 🏵 um encaminhamento ao problema da substancialização do corpo. Busca a produção prática do corporal que tem lugar no movimento entre o 🏵 subjetivo e o objetivo sem anular nenhum dos dois. O autor sugere a mudança de foco para a técnica que se 🏵 põe em uso em um modo de corporeidade, o que não deixa de ser um ponto médio. Usa como exemplo a 🏵 estigmatização dos modos camponeses que acabam produzindo o camponês:[... ] No hay un cuerpo campesino - más aun no hay "campesino" 🏵 propiamente dicho - anterior a su producción a través de una clasificación social que es también un enclasamiento, por el 🏵 cual una determinada posición - producto de la historia del espacio social - es percibida (y autopercibida) socialmente como campesina 🏵 (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.87). Como se produz um corpo através de 🏵 um uso específico? É com essa pergunta que fica este autor. Entre os usos regrados e as regras usadas, a única 🏵 coisa que permitiria romper com a divisão entre o que é humano (legítimo) e o animal (ilegítimo) é justamente o 🏵 foco no uso; contra a naturalização do "natural" no ser humano que garante a dominação simbólica. A crítica corporal a que 🏵 se refere este autor assim é clarificada:[... ] una subversión simbólica (que no es 'ideal' o 'material' sino propia de ese 🏵 'tercer orden') capaz de agrietar y arruinar las reglas usadas, abriendo así el cerrado ámbito de los usos (im)pensables-(im)posibles instaurado 🏵 por esas reglas del modo de corporalidad establecido. Una subversión que pasa, entonces, por técnicas corporales que estén de otro modo 🏵 en las relaciones de dominación, es decir, que sean técnicas otras, o con funcionalidades otras a la de su reproducción 🏵 (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.95). Uma corporeidade que irrompa a constelação propriamente 🏵 moderna entre o eu mesmo cultivado e o animal natural, a qual relegou às emoções e sensações ao controle da 🏵 cultura. É justamente na morte histórica do contingente, em saque betesporte diluição, que ele deveria ser reintroduzido na história, na ação e 🏵 no político. Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano. Bourdieu y lo político. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p. 96) conclui: "El carácter disruptivo de 🏵 un uso corporal sólo es tal sobre el trasfondo del modo de corporalidad establecido, a partir de cómo está en 🏵 él". O risco do isolamento "do corpo" e resolução conceitual do problema que este representa expõe diretamente o risco da substancialização. 4 🏵 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por que dissemos então que aquelas inovações metodológicas resolvem a questão da função social da EF/reprodução social? Porque permitem 🏵 resetar o processo civilizador no esporte porque intervêm diretamente no substrato da civilização, o corpo. E como exatamente as propostas em 🏵 PE fazem isso? - Retomam o sentido do jogo e, assim, contribuem para mudar o sentido do jogo; - O princípio do 🏵 "transfert" mostra o enraizamento dos JEC's na trama social; os temas de jogo são análogos a questões constitutivas da sociedade. Outrossim, 🏵 a organização do esporte em volta da sobrepujança e da especialização (como se isso fosse indício de evolução da espécie 🏵 humana) é arbitrária. As questões que balizam o contrato social sempre devem ser enfrentadas pelas novas gerações. A eficiência, nesse sentido, é 🏵 uma farsa; - Permitem testar a eficácia de outras formas corporais. Nesse processo, esbarram nas estruturas de compreensão do tempo-espaço, nos limites 🏵 da "caverna". Essas inovações metodológicas favorecem a equivalência das formas eficazes. O modelo de fragmentação da tarefa e condicionamento do meio cede 🏵 espaço diretamente à necessidade de tomada de decisão. No entanto, é preciso ressaltar que a PE foca apenas no fato de 🏵 que a técnica (o modo de fazer) só é acionada em um contexto, ancorada a uma razão de fazer. A PE 🏵 procura fazer o seu trabalho, que é controlar o contexto - "cadeia acontecimental" (GARGANTA, 1998GARGANTA, Júlio Manuel. O Ensino dos Jogos 🏵 Desportivos Colectivos. Perspectivas e Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p. 23) - mas os sentidos que compõe esse contexto extrapolam o jogo. Os 🏵 estudos pedagógicos da EF chegaram ao entendimento de que a aula é um "fato social" (FENSTERSEIFER, 2009FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. Epistemologia e 🏵 prática pedagógica. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.30, n.3, p.203-214, maio 2009.). Um acontecimento onde a sociedade entra na escola e 🏵 interage ante a intervenção que toma lugar no tempo-espaço aula de EF; nesse sentido se a desigualdade existe na sociedade, 🏵 ela também "vem jogar" nas aulas de EF. A PE deveria incorporar também a ideia do jogo como fato social. Se há 🏵 que fundamentar a "lógica externa" e a saque betesporte participação no jogo (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José. Pedagogia do 🏵 Esporte: jogos coletivos de invasão. São Paulo: Phorte, 2009. ), que se olhe mais diretamente para o caráter sócio-histórico das práticas. lizações Se você é um frequentador regular de cassino ou um novato, ser banir do pode ser uma experiência frustrante 🏧 e embaraçosa. 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